A ética jornalística perdida no debate sobre política no Brasil
Sabendo
que, acentuadamente no Brasil, política e imprensa estão diretamente ligadas
através de interesses econômicos, ideológicos, e, é claro, político - e isso se
vê pela história da ascensão da mídia no final do século XX com políticos donos
de tevês e conchavos mil – entendemos que um veículo de comunicação é também
hoje no país um “partido político”. Por isso, infelizmente, por questões óbvias
como a necessidade por um trabalho, a ética dos jornalistas está o tempo todo
em crise.
As Organizações Globo, a grande
potência jornalística do país, como muitas outras, possuem esses interesses e a
todo tempo lançam nas capas de jornais, revistas, sites e em seus programas de
jornalismo televisivo, matérias com caráter unicamente partidário. Sem os
princípios básicos de um texto jornalístico (de
uma reportagem) com a apuração de todos os fatos informados e com o direito
de resposta de todas as partes envolvidas e ainda utilizando-se de recursos da
semiótica, discurso irônico e outros macetes, a megaempresa surpreende seus
leitores com essas reportagens carregadas de sentido único de VERDADE; a
construção do texto é feita e transmitida como se fosse aquela a “história
certa e única”.
Essa ideia de VERDADE é, obviamente,
utilizada por todos os veículos de comunicação sérios, uma vez que disso
depende a seriedade da empresa que informa. Mas, quando há essas ligações
políticas, verdades são omitidas e, muitas vezes, criadas da cabeça desses
jornalistas. Jornalistas esses que, como já dito, pelo trabalho, não podem
fazer muito a não ser seguir o que lhe mandam escrever. A ética jornalística, e
eu diria ainda a ética pessoal, infelizmente, é deixada de lado.
No texto da Revista ÉPOCA, “Comunismo de Resultados”, a posição
política e a técnica para se passar a informação carregada desses interesses é
o tempo todo utilizada. Ironia, falta de direito de resposta e outros muitos
recursos persuasivos são expostos passando a ideia de que a “denúncia” feita
pela reportagem é verídica. Pra saber se é ou não a verdade aquilo que está
escrito com tanta convicção fica difícil já que diversos outros veículos de
comunicação também utilizarão os mesmos meios, segundo seus interesses
políticos, para compor a notícia. A imparcialidade dificilmente acontece e a
dúvida da VERDADE fica a cargo de poucos presentes, muitas vezes, apenas aqui, na
internet, mas, na espreita.