Devaneios no Busão!

Andar de ônibus é uma saga da qual dificilmente uma pessoa se livra na vida. Mas fazer a linha Friburgo- Teresópolis é ter o seu próprio morro do Calvário personificado em longas curvas de um infinito particular, repleto dos riscos desta Highway. Fingindo que estou mais próxima dos 24 do que dos 25, em uma continha improvisada, de quem escolheu humanas para fugir da matemática, chegamos a um número. São mais ou menos 8.760 dias sendo chacoalhada em uma condução na qual a condição suprema para convivência pacifica, é não ter limites para a paciência! Tirando os Djs, os meteorologistas, os maníacos depressivos, os compulsivos por novas amizades e, tantas outras estranhas companhias que sentam ao seu lado... Existem os passageiros inusitados, os verdadeiramente “Cult” e “Like a boss” versão busão! Eles não estão nem aí! Aquilo ali pra eles é um momento de introspecção profundo, a relação é de puro egocentrismo casual! Afinal, pra entrar com um Bode no ônibus a pessoa só pode estar muito concentrada em 3 coisas: “em si, em si pra caramba, e em si com doses de exagero psicótico”. Eu sei que muita gente vai achar um absurdo tanta repercussão por causa de um bode. Mas eu preparei um raciocino lógico, para fundamentação teórica da minha aventura empírica: “Estima-se que hoje, no Brasil, existam cinco milhões de psicopatas. Psicopatas são aquelas pessoas que tem alguma disfunção cerebral que os impede de sentir empatia e culpa, o que os torna extremamente objetivos”. O que vocês acham? Uma pessoa que entra com um Bode na condução sente empatia por alguém? Sente culpa? Ou fez simplesmente porque tinha que levar o Bode pra casa, tornando-se assim uma pessoa extremamente objetiva? Pensem nisso na próxima viagem, “Andar de ônibus é mais assustador do que parece, se você levar em consideração que o cabra macho com um Bode,do seu lado, é um psicopata do Sertão”.