segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Gonzaga - De Pai pra Filho

O filme da história de Gonzaga e Gonzaguinha foi uma tarefa para valentes, porque contar uma história conhecida sem parecer repetitivo é difícil e fazer isso de forma simples, sem firulas ou afetação, mais ainda, tratando-se com sobriedade de uma figura tão grande quanto Luiz Gonzaga.


Porém, Breno Silveira, o diretor de Gonzaga – De Pai pra Filho, que também dirigiu a história de Zezé Di Camargo e Luciano no filme Dois filhos de Francisco, não se abalou diante das dificuldades de contar a história do Rei do Baião. Assim como em 2 Filhos de Francisco, os protagonistas são figuras simbólicas de uma época. Luiz Gonzaga, apresentou o nordeste agrário ao Brasil industrial, “requintado” e urbano dos anos 1940. Encarnou como nenhum outro essa região do país, influenciando toda a música feita nas décadas seguintes e até hoje, na enxurrada de forrós e sertanejos que domina o rádio e a TV, canta-se a linguagem musical do mestre Lua. Já Gonzaguinha teve sua atuação mais marcante nos anos de chumbo da ditadura militar, na década de 1970.

Para dar conta de uma história que atravessa seis décadas, o diretor teve de usar vários atores e dispor de todos os recursos da direção de arte. Felizmente, teve sucesso em ambos: os intérpretes de Gonzagão, em todas as suas fases, transbordam em carisma e lembrança dos Gonzagas originais.

O resultado é ainda melhor quando se descobre que Silveira usou atores amadores no papel, o intérprete que tem mais tempo em cena, Chambinho do acordeom, se sai muito bem. Já Julio Andrade, que vive o Gonzaguinha adulto, é o grande destaque da produção. Seu trabalho de caracterização é impressionante, emulando a voz e a linguagem corporal do cantor com perfeição.

Como 2 Filhos de Francisco teve a grande participação e interpretação do Angelo Antonio (que soube tornar visível a história da família do Zezé e Luciano),  Silveira não consegue expor as fraquezas de Gonzaga de forma mais incisiva e as poucas cenas que colocam isso de forma direta passam rápido, revelando uma falta de ritmo do diretor, exceto na atuação de Adélio Lima, que faz o artista na velhice.

Uma excelente dica para o feriado prolongado e não deixem de comentar no nosso blog jornalistas digitais o que acharam!

Assistam o trailer e até a próxima!!!


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